Abraji diz que mais de 80 jornalistas foram agredidos em protestos desde junho
Publicado por Dárcio Alves
Giuliana Vallone, da Folha, foi atingida em cobertura das manifestações
Pelo menos 83 jornalistas sofreram agressões desde o começo da onda de protestos em todo o país, iniciada em junho passado. Os dados são da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que informa ainda que em quase 80% dos casos, ou 65 agressões, a ação foi provocada por policiais militares. Segundo a organização de direitos humanos e entidades de classe, a violência contra profissionais de comunicação tem crescido nos últimos anos. De acordo com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), os assassinatos passaram de dois, em 2005, para seis, em 2011. O presidente da Fenaj, Celso Schröder, acredita que fatores como a impunidade aumentam a escalada de violência contra jornalistas. "[As agressões] ocorrem principalmente na cobertura de política, há um senso comum de que é permitido fazer. É na imprensa que se dá o confronto direto entre os interesses privados, que sejam ilegais, com o interesse público, e isso produz reações", afirmou em seminário internacional sobre violência contra jornalistas e o cerceamento do direito da sociedade à informação, em São Paulo. As entidades sindicais defendem políticas públicas para combater o aumento das agressões, como a formação de um observatório nacional que monitore as denúncias. Além disso, o presidente da Fenaj propõe a adoção de um protocolo pelas empresas de comunicação com garantia aos jornalistas de seguro de vida, equipamentos, autonomia para a escolha de pauta e criação de uma comissão que avalie os enfoques das reportagens. Informações da Agência Brasil.