Pré-campanhas expõem poder de fogo dos partidos
Foto: Fotos: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias
Faltando
pouco mais de um mês para o começo oficial da campanha presidencial, os
três principais pré-candidatos começam a finalizar o desenho das
estruturas operacionais que servirão de base para a disputa. As
movimentações de Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo
Campos (PSB) na montagem de suas equipes indicam quais serão as
estratégias e o poder de fogo de cada um. Líder nas pesquisas, a
presidente Dilma Rousseff (PT), que disputará a reeleição, usou até
agora na pré-campanha um aparato partidário bem menor do que o montado
em 2010. E a previsão é que seja assim também na campanha propriamente
dita, que começa em julho. Já o senador Aécio Neves, que também é
presidente do PSDB, conta hoje com um aparato muito maior e mais
sofisticado do que o utilizado pelo ex-governador e nome do PSB, Eduardo
Campos, seu provável rival na disputa por uma vaga no segundo
turno. Enquanto o ex-governador de Pernambuco é acompanhado em seus
deslocamentos por uma equipe formada geralmente por quatro pessoas, o
tucano é seguido por ao menos 12 auxiliares, entre funcionários do
partido, do gabinete e terceirizados. Os passos de Aécio são
acompanhados por uma equipe de TV, fotógrafos, repórter e assessores.
Enquanto isso, outro grupo fica em Brasília prestando suporte e um
terceiro vai até o destino seguinte para preparar o terreno. Aécio já
conta com núcleos operacionais dedicados exclusivamente ao seu projeto
presidencial em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo.
Seus deslocamentos pelo Brasil são feitos sempre em um jatinho alugado
pelo partido. Campos também tem esse privilégio, mas eventualmente se
desloca em aviões de carreira. As engrenagens permanentes de Aécio e de
Campos serão reforçadas nas próximas semanas. A expectativa, segundo
previsões dos dois lados, é de que o tucano conte com um staff muito
maior do que o do pessebista durante o período oficial da campanha
eleitoral. Na atual fase da disputa presidencial, o investimento em
internet e redes sociais é um bom exemplo do abismo que separa a dupla.
Aécio conta com uma agência de notícias instalada em um prédio em São
Paulo composta por cerca de 20 profissionais especializados em internet.
O grupo, que é comandado pelo ex-ministro Xico Graziano, se dedica em
tempo integral à tarefa de produzir conteúdo e monitorar Facebook,
Twitter, YouTube e blogs. Também faz parte do time o ex-marineiro
Maurício Brusadim, que responde pela estratégia nas redes sociais. Já a
equipe de Campos que se dedica a essa tarefa é formada por apenas cinco
pessoas, que ficam no Recife. Um dirigente partidário lembra que neste
momento da disputa de 2006, o então presidenciável tucano, Geraldo
Alckmin, ainda viajava de avião de carreira e usava táxi nas agendas.
Essa estrutura é bancada com recursos do Fundo Partidário e de
contribuições, que segundo um dirigente tucano bateram recordes. Em
2013, a sigla recebeu cerca de R$ 20 milhões de contribuições. Em 2009,
quando o nome do candidato era incerto, o PSDB arrecadou R$ 3,9 milhões.
O PSB recebeu doações de R$ 8,3 milhões em 2013. O PT, quase dez vezes
mais: R$ 79,8 milhões.
Estadão