Lava Jato: Extratos bancários de contas de Costa na Suíça comprovam dados de depoimentos
Lobista Fernando Baiano negocia acordo de delação premiada, afirma colunista

Fernando Baiano se entregou à PF na terça-feira 25/11
(Foto: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo)
Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil
Extratos bancários das contas suíças do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, confirmaram informações apontados nos depoimentos (incluindo os de delação premiada) de testemunhas e acusados de envolvimento no esquema de corrupção da companhia. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, os documentos, que foram trazidos por três procuradores brasileiros nesta quinta-feira (28), permitirão abrir novas frentes de investigação no Brasil. Foram encontrados depósitos que totalizavam US$ 26 milhões nas cinco contas que Costa possui na Suíça, algumas com relação direta com a construção da refinaria de Abreu e Lima e com a compra da refinaria de Pasadena. Ainda de acordo com o Estadão, as informações sobre o conteúdo dos extratos, as fontes do dinheiro que alimentou as contas e quem recebeu o recurso são mantidos em sigilo enquanto a delegação brasileira estiver em Lausanne, na Suíça. Segundo informações do Estadão, fontes no Ministério Público da Suíça afirmam que os dados coletados darão "munição" para dar início à etapa final da investigação. Entre os nomes buscados estão Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que é apontado como operador do PMDB, além de empresas e intermediários.
Lobista Fernando Baiano negocia acordo de delação premiada, afirma colunista
Fernando Baiano se entregou à PF na terça-feira 25/11
(Foto: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo)
O lobista Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano, estaria negociando um acordo de delação premiada, de acordo com o colunista Lauro Jardim, do Radar Online. Fernando foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef como operador do PMDB no esquema de corrupção que envolve a Petrobras. Ao prestar depoimento da Superintendência da Polícia Federal (PF), contudo, ele negou qualquer relação com o PMDB, afirmou o advogado Ricardo Calil, que defende o lobista. Lauro Jardim, todavia, cita que existem registros das câmeras de segurança da Câmara que mostram Fernando Baiano adentrando a liderança do PMDB na Casa, sala ocupada pelo deputado Eduardo Cunha (RJ).

Foto: Reprodução/ RPC TV
Solto nesta sexta-feira (28), Adarico Negromonte Filho admitiu em depoimento à Polícia Federal (PF) que trabalhou para o doleiro Alberto Yousseff. O irmão do ex-ministro das Cidades e conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA), Mário Negromonte, apontou que trabalhava como transportador de envelopes lacrados, porém sem saber o conteúdo. De acordo com investigações da Operação Lava-Jato, Adarico Negromonte era o transportador de dinheiro do doleiro. O depoimento foi prestado na Superintendência da PF no Paraná no último dia 24. De acordo com o Jornal da Globo e o G1, Adarico Negromonte recebia de Youssef R$ 1,5 mil por semana, mas nunca teve a carteira de trabalho assinada, nem outro vínculo empregatício, para prestar serviços como lavar os carros e levar uma amante do doleiro para passear e ir ao médico. Apesar do irmão do ex-ministro ter negado participar do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo caso, assegurou que há provas contra Adarico.