Costa e Youssef implicam atual diretor da Petrobras em depoimento
Reprodução
O atual diretor da Petrobras, José Carlos Cosenza, foi citado em ao menos três depoimentos colhidos pela Polícia Federal neste final de semana. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o delegado Agnaldo Mendonça Alves afirmou que segundo o ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, e o doleiro Alberto Youssef, Cosenza recebeu “comissões” relacionadas a contratos da estatal. Ildefonso Colares Filho, ex-presidente da empreiteira Queiroz Galvão, preso na última sexta-feira (14) durante a sétima etapa da operação Lava Jato, citou a mesma informação em seu depoimento. Em nota, a estatal afirmou que o gestor “nega veementemente as imputações de que tenha recebido ‘comissões’ de empreiteiras contratadas pela Petrobras, ao tempo que reafirma que jamais teve contato com Alberto Youssef”. Nos depoimentos, os executivos de empreiteiras detidos pela PF confirmaram também terem sido procurados por partidos para esquematizar esquemas de repasses para a campanha. Segundo Othon Zanoide de Moraes Filho, da Queiroz Galvão, “todos os partidos políticos procuram as grandes empresas atrás de doações de campanha” em ano eleitoral. Ele contou que foi procurado pelo tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. Em depoimento, Moraes Filho preferiu não citar os demais políticos que o procuraram, “até porque não foi feita nenhuma doação por mim ou por minha empresa”. Já Colares Filho apontou que reunia a direção da empresa para fazer análise dos pedidos. “A gente dava para aqueles partidos que mais se caracterizam com as características da empresa, ligados ao crescimento de infraestrutura. Me recordo de doações para PT, PMDB, PP e mais alguns”, disse.
Ex-diretor da Petrobras preso na Lava Jato se nega a colaborar com investigação da PF
Foto: Reprodução / Petrobras
O ex-diretor da Petrobras Renato Duque não colaborou com as investigações da Polícia Federal na Operação Lava Jato ao prestar depoimento nesta segunda-feira (17). Preso na última sexta-feira (14), Duque teria dado respostas evasivas às perguntas dos delegados, segundo investigadores. Ligado ao PT, ele ocupou a diretoria de Serviços da Petrobras de 2004 a 2012. Duque é acusado de ter recebido, ao menos, R$ 94 milhões de dois executivos que fizeram delação premiada. Até o momento, 12 dos 21 presos na sétima etapa da operação prestaram depoimento. Seis aceitaram responder às perguntas dos delegados e os outros seis se calaram. As prisões temporárias se encerram à meia noite desta terça-feira. Os delegados se reúnem hoje para deliberar se haverá conversão de prisões temporárias para preventivas, quando o prazo é indeterminado. Seis dos presos cumprem prisão preventiva. Entre os presos estão quatro presidentes de empreiteiras e 15 executivos. A sétima fase da operação teve como foco o braço financeiro do esquema de corrupção que teria lavado R$ 10 bilhões da Petrobras.
Andreza Matais | Estadão Conteúdo