Municípios baianos driblam a crise para fazer o São João

Confirmados
Amargosa
Senhor do Bonfim
Jequié
Irecê
Santo Antônio de Jesus
Mata de São João
Camaçari
Cruz das Almas
Mucugê
Cachoeira
Valença
Castro Alves
Cancelaram
Candeias
Sento Sé
Santo Amaro
Ainda não se posicionaram
Ruy Barbosa
Utinga
Wagner
Itapicuru
A Tarde
A menos de um mês do São João, o interior baiano vive realidades diferentes. Várias cidades ainda não têm definido se o festejo vai acontecer. Outras cancelaram o arrasta-pé, mas pelo menos 12 cidades que mantêm a tradição optaram por realizá-lo, mesmo com dificuldades relacionadas ao clima e à crise econômica.
Para viabilizar a festa, prefeitos reduziram a programação e cortaram custos. No Recôncavo, apesar da chuva que atingiu a região, só Santo Amaro cancelou a festa. Cachoeira, Cruz das Almas, Amargosa e Santo Antônio de Jesus já confirmaram.
Confirmados
Amargosa
Senhor do Bonfim
Jequié
Irecê
Santo Antônio de Jesus
Mata de São João
Camaçari
Cruz das Almas
Mucugê
Cachoeira
Valença
Castro Alves
Cancelaram
Candeias
Sento Sé
Santo Amaro
Ainda não se posicionaram
Ruy Barbosa
Utinga
Wagner
Itapicuru
Apesar de dificuldades financeiras, o São João de Senhor do Bonfim está mantido. Prefeito da cidade, Edvaldo Correia (PTN) diz que a principal arrecadação vem do Fundo de Participação dos Municípios e que a receita não acompanha o crescimento da região: “Tem que fazer sacrifício para manter a festa. Há promessas de patrocínio, mas até as cervejarias têm se escusado”.
Em 2014, a dupla Cesár Menotti & Fabiano e Pablo tocaram por lá. Este ano, a prefeitura focará em atrações de forró. “Nossa festa é tradicional e a proposta é fazer boa, com custo menor. Além disso, o Ministério Público também recomendou que os gastos fossem reduzidos”, acrescentou, em nota, a assessoria da prefeitura, que pretende gastar de R$ 850 mil a R$ 1 milhão.
Em Santo Antônio de Jesus, a prefeitura deve gastar mais de meio milhão de reais com a contratação de cinco das 40 atrações. Só os cachês das bandas de pagode Sorriso Maroto e Raça Negra somam R$ 348 mil dos R$ 638 mil já investidos.
Gildásio Cavalcante, da assessoria municipal, informou, por telefone, que não pode comentar valores antes do lançamento oficial da festa, próxima quarta-feira, quando gastos e atrações serão divulgados.
A empresa Pizani, de Goiânia (GO), organiza a festa de Santo Antônio de Jesus. Tiago Portari, coordenador geral de produção, disse, sobre os cachês, que tudo é licitado e em conformidade com a lei.
“Sobre cinco bandas custarem meio milhão, podemos comparar com o cachê da dupla Jorge & Matheus, de R$ 450 mil. A organização da festa contratou cinco bandas de peso por valor quase igual”, defendeu ele.
Pittari salientou que, mesmo em meio à crise, o motivo para a festa é o contínuo fortalecimento da cultura regional, além da movimentação da economia local.
Em Castro Alves, a prefeitura confirmou a festa. A programação foi escolhida de acordo com as possibilidades da cidade.
Em nota no site do município, o prefeito Cloves Rocha (PSD) afirmou que “o governo federal já anunciou corte de gastos e, claro, isso afeta todos os municípios, inclusive Castro Alves”.
E complementou: “Por isso, vamos realizar três dias de festa com boas atrações, mas respeitando o nosso limite financeiro”.
Edital
No último dia 25, a Bahiatursa lançou um edital de chamamento público, que se estenderá até amanhã, para seleção de até 170 projetos de apoio aos festejos juninos. O órgão selecionará também propostas de bandas e artistas de forró.
Anteontem, as promotoras de justiça Rita Tourinho e Patrícia Medrado, do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa do Ministério Público baiano (Gepam/MP-BA), recomendam a suspensão da seleção. Segundo elas, a Bahiatursa deve demonstrar, no prazo de 5 dias, “a razoabilidade dos gastos frente ao orçamento do Estado”.
O diretor superintendente da Bahiatursa, Diogo Medrado, disse ao A TARDE que encaminhou o pedido à Procuradoria Geral do Estado (PGE) e responderá dentro do prazo.
O gestor se disse “surpreso com o questionamento a um investimento em uma das festas mais tradicionais da Bahia, e que já ocorre há muitos anos”.
A Tarde