Parlamentar ainda culpou a "esquerda" por correlacionar a imagem do pai com o assassinato
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Após a conclusão das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) usou as redes sociais para ‘inocentar’ o seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, do mesmo partido, sobre qualquer tipo de ligação com o crime. O liberal ainda acusou a “esquerda”, lado o qual é opositor, de inventar um associação entre a família e os presos no caso.
“Para a frustração de algumas pessoas, o que era óbvio está ainda mais claro: Bolsonaro não tem qualquer relação com o caso. Apesar desse fato inequívoco, a esquerda quer criar uma associação que não existe”, disse o parlamentar no X, antigo Twitter, no último domingo (24).
Neste mesmo dia, a Polícia Federal deflagrou uma operação conjunta com a Procuradoria Geral da República, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), intitulada de Operação Murder Inc, que capturou os mandantes do crime, sendo eles: os irmãos Brazão, Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Chiquinho (União Brasil), deputado federal, e, delegado da Polícia Civil da capital fluminense, Rivaldo Barbosa.
O congressista ainda afirmou que a tentativa de correlacionar a imagem do pai com o crime é “perigosa e criminosa”, que provoca “linchamentos virtuais e físicos e coloca em risco a vida de pessoas inocentes. Que a Justiça possa continuar com seu trabalho e que dê uma solução definitiva para o caso”, concluiu.
Apesar das declarações, o nome do parlamentar consta no relatório final da Polícia Federal, que contém 419 páginas. Mesmo sem envolvimento com a morte da parlamentar, o documento rememorar uma página do facebook, sem citar o nome, em que Marielle fez uma comentário sobre a resposta do atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo, a oposição. Na ocasião, Freixo fazia acusações a Flávio por ter votado a favor do nome de Domingos Brazão para ocupar a cadeira do TCE.
“Em consulta à página de Marielle Franco no Facebook, se verifica que, em 26 de outubro de 2017, período que circundou a origem da proposta fatal destinada a RONNIE LESSA, a Vereadora, em postagem 87 intitulada “Freixo responde fascista na Alerj”, apresentou um vídeo extraído da TV ALERJ no qual o então Deputado Estadual MARCELO FREIXO faz acusações a FLÁVIO BOLSONARO por este ter votado a favor de JOSÉ BISMARCK e DOMINGOS BRAZÃO para o Tribunal de Contas do Estado”, diz o relatório.
O assassinato da vereadora e o motorista Anderson Gomes aconteceu no dia 14 de março de 2018