A recente nomeação de Sátiro Sousa Cerqueira Júnior para um cargo de diretoria na Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado da Bahia (Seap) reacendeu debates sobre critérios de escolha para funções públicas. Ex-presidiário e acusado de tentativa de homicídio qualificado, Sátiro assumirá um posto estratégico no sistema prisional baiano, o que gerou forte oposição entre agentes penitenciários.
A Associação dos Agentes Socioeducadores e Monitores Penitenciários (AASPTE) divulgou uma nota classificando a decisão do governador Jerônimo Rodrigues (PT) como um desrespeito aos profissionais da segurança pública. O sindicato argumenta que a nomeação contraria princípios de moralidade e impessoalidade na administração pública.
Sátiro cumpriu prisão preventiva após ser flagrado, em 2019, atirando contra um vizinho durante um desentendimento por conta do volume alto da música. Apesar de estar em liberdade e exercer o direito de resposta ao processo, sua indicação para o cargo levanta questionamentos sobre exigências de idoneidade moral para funções de liderança.
A Seap ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, mas a pressão por explicações cresce, enquanto um deputado estadual avalia a legalidade da nomeação. O episódio ocorre em um momento delicado para o sistema prisional da Bahia, que enfrenta crises estruturais e recentes fugas em massa.