A gestão municipal de Tanhaçu, na Bahia, tem sido alvo de críticas após relatos de ações repressivas contra a tradicional roda de Capoeira, realizada há mais de dez anos na cidade. Segundo informações divulgadas, autoridades teriam utilizado força policial para intimidar e inibir a manifestação cultural.
O caso gerou grande repercussão no estado, sendo interpretado por muitos como um atentado à liberdade cultural e pessoal dos participantes. Nas redes sociais, a organização do evento publicou uma nota de repúdio, acompanhada de imagens e vídeos que mostram a realização da roda e a presença de policiais no local, supostamente com o objetivo de coibir a prática.
A polêmica levanta discussões sobre o respeito às tradições e manifestações culturais na região.
Veja o vídeo:
NOTA DE REPÚDIO
Venho, por meio desta, manifestar meu total repúdio à tentativa dos gestores do município de Tanhaçu de barrar uma manifestação cultural que realizo há mais de dez anos em nossa cidade: a tradicional roda de capoeira, que acontece todas as primeiras sextas-feiras do mês.
Essa roda não é apenas uma atividade física ou recreativa — ela é um verdadeiro espaço cultural construído coletivamente, mantido com resistência, tradição e pertencimento. A cultura não precisa de paredes para existir. Quando um povo pratica, resiste e repete uma ação cultural ao longo dos anos, aquele espaço torna-se, por si só, um território simbólico e sagrado da nossa história.
É inaceitável que, ao invés de apoiar, valorizar e reconhecer essa expressão cultural ancestral — reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade — a gestão municipal opte por ações repressivas, chegando ao absurdo de utilizar força policial para intimidar e inibir a realização da roda.
Capoeiristas, mestres, contramestres, alunos e fazedores de cultura: precisamos nos unir e fazer frente a mais esse ataque à cultura popular e à nossa identidade. Não podemos permitir que a ignorância, o autoritarismo e o desrespeito silenciem manifestações que há séculos fortalecem nosso povo e nossa juventude.
Seguiremos firmes. A capoeira é resistência, é educação, é cultura viva!
Axé pra nós a vida toda!
CASSIANO DE TÕE VELUDO,
Conhecido no mundo da capoeira, como professor Chuvisco.
Veja o vídeo com o mestre Chuvisco com a sua narrativa explicando o caso: https://www.instagram.com/reel/DKmkd-BOQoH/?igsh=aGJmbHQ2djYycGoy