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Quando a Justiça Eleitoral Penaliza o Voto Popular: Viva Natan! Viva o povo do Coveima e Patagônia!

 

Foto: Reprodução 

A recente decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que cassou o mandato de Natan da Carroceria e determinou a recontagem dos votos do partido Avante, não é apenas uma medida jurídica — é, sobretudo, um abalo na representação simbólica e concreta das periferias de Vitória da Conquista. O que está em jogo não é somente um assento na Câmara, mas a voz de bairros historicamente esquecidos como o Coveima e a Patagônia. Viva Natan! Viva o povo que, com suor e esperança, ousou acreditar na política.

Não se discute aqui o rigor da lei eleitoral. A denúncia da Federação Brasil da Esperança, que apontou a utilização de uma candidatura fictícia pelo Avante para atingir a cota de gênero, encontrou respaldo jurídico. A candidata laranja, de fato, não teve movimentação de campanha, nem contas registradas, nem presença nas redes sociais — e isso, convenhamos, não passa incólume pelo crivo da legalidade. Mas a pergunta que grita é: quem está sendo punido de fato?

Natan, liderança forjada na labuta, nas feiras, nas rodas de conversa nos bairros mais humildes, acaba penalizado pelos erros alheios. E mais do que ele, é seu eleitorado que sente o peso de uma decisão que, embora legal, soa como injusta do ponto de vista social e político. O Coveima e a Patagônia não têm representação fácil. Quando conseguem eleger alguém que conhece suas dores, logo o tapete é puxado, não por má conduta pessoal, mas por artimanhas partidárias que ele próprio pode não ter tido controle.

Aqui reside o drama: enquanto figuras da elite política escapam ilesas de acusações muito mais graves, um representante popular vê seu mandato ruir por erros que, em muitos casos, são fabricados nos bastidores e atribuídos coletivamente. A política brasileira, em sua engenharia institucional, ainda não aprendeu a proteger os votos da periferia com o mesmo zelo com que protege os dos gabinetes refrigerados.

Gabriela Garrido, que deve assumir a vaga, é uma candidata do Partido Verde, ligada à Federação Brasil da Esperança. Não se questiona sua legitimidade eleitoral, tampouco sua competência. Mas é inegável que a substituição de Natan por ela muda completamente o perfil da representação. Sai o homem das feiras, entra a delegada. Sai o povo, entra a burocracia. Sai o grito do gueto, entra a fala técnica.

Se Natan conseguir recorrer com sucesso ao TSE até o dia 25, poderá reverter esse cenário. Mas, independentemente do resultado, a mensagem está dada: nossos sistemas precisam urgentemente de mecanismos que diferenciem erro partidário de culpa individual. Precisamos de uma Justiça Eleitoral que saiba equilibrar a balança entre a letra da lei e o espírito da democracia.

Porque, no fim das contas, quando Natan cai, não é apenas um político que perde o cargo. É o Coveima que perde um rosto. É a Patagônia que perde uma voz. E é o povo, mais uma vez, que perde a esperança. Viva Natan! Viva o povo da periferia!

Artigo / por Padre Carlos


Dárcio Nunes Alves

Dárcio Nunes Alves é radialista desde 1985 DRT 2444008678/86 SSP/SP,meu email:darcionunesalves@gmail.com

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