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Mudança de Roda de Capoeira Gera Indignação em Vitória da Conquista


Vitória da Conquista, BA — Uma decisão da Secretaria Municipal de Esportes, liderada pelo secretário Chico Estrela, provocou forte reação da comunidade capoeirista local. A tradicional Roda de Capoeira, antes realizada na Quadra Poliesportiva, foi transferida para uma área aberta no Estádio Edvaldo Flores — exposta ao sol e à chuva — gerando críticas e manifestações de repúdio.

A Decisão e Suas Implicações

O comunicado oficial da Secretaria proíbe a realização da roda na quadra coberta, alegando questões administrativas. A nova localização, sem cobertura e com pouca infraestrutura, foi considerada inadequada por mestres, alunos e simpatizantes da capoeira, que veem a mudança como um desrespeito à tradição e à dignidade dos praticantes.

A capoeira, reconhecida como patrimônio cultural brasileiro, é mais do que uma prática esportiva — é uma expressão de resistência, ancestralidade e identidade afro-brasileira. A decisão de deslocar a roda para um espaço vulnerável às intempéries foi vista como uma tentativa de marginalizar essa arte.

Nota de Repúdio da CETA Capoeira

A repercussão foi imediata. A CETA Capoeira, por meio do mestre Dendê, emitiu uma nota de repúdio contundente, destacando o impacto negativo da medida:

“A capoeira é uma manifestação cultural que exige respeito e valorização. Transferir a roda para um espaço aberto, sem condições mínimas, é uma afronta à nossa história, à nossa luta e à nossa dignidade. Não aceitaremos esse retrocesso.”

A nota também convoca a comunidade para se unir em defesa da capoeira e reivindicar espaços adequados para sua prática.

Reações da Comunidade

Diversos grupos e mestres da cidade se manifestaram nas redes sociais, denunciando o descaso e cobrando diálogo com o poder público. A indignação não se limita aos capoeiristas — artistas, educadores e ativistas culturais também se posicionaram contra a medida.

Caminhos Possíveis

A comunidade capoeirista pede a revogação da decisão e a retomada das rodas na Quadra Poliesportiva, além da criação de políticas públicas que garantam espaços dignos para manifestações culturais. A expectativa é que o secretário Chico Estrela reavalie a medida e abra canais de diálogo com os mestres e representantes da capoeira.

Veja a nota:

NOTA DE REPÚDIO E SOLIDARIEDADE

Em Defesa da Capoeira, do Espaço e da Dignidade em Vitória da Conquista

O CETA e a FACETA, escola de formação e faculdade de capoeira, manifestam total apoio e solidariedade à Associação de Capoeira Viva Conquista (ACVC), e ao Mestre Acordeom, no repúdio veemente ao comunicado emitido pela Secretaria Municipal de Esportes da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista.

A decisão de deslocar as aulas de Capoeira que ocorrem no Estádio Edvaldo Flores da quadra poliesportiva para uma "roda de Capoeira pintada no chão a céu aberto" é um retrocesso inaceitável e um flagrante desrespeito à história, à cultura e à prática desta arte-luta.

A capoeira, reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, exige condições adequadas para sua prática, garantindo a segurança e a dignidade dos praticantes. O histórico de deslocamentos – da sala fechada para a quadra, e agora para um espaço a céu aberto e sem estrutura adequada – demonstra uma desvalorização contínua da modalidade por parte da gestão municipal.

A Capoeira é Luta, é Força e é Resistência! A remoção para um espaço desprotegido, sujeito às intempéries do tempo, não apenas precariza o ensino e a prática, mas também negligencia o papel social e cultural da ACVC e do Mestre Acordeom, que há anos dedicam-se a levar a capoeira para a comunidade.

A gestão municipal está indo na contramão das esferas federal e estadual, marginalizando e inviabilizando a prática da capoeira que é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil e da Humanidade, além de ser salvaguardada por meio da Lei Moa do Katendê (14.341), sancionada pelo governo do Estado da Bahia em 2021. O Brasil está criando caminhos para o incentivo da capoeira, o reconhecimento e a valorização dos mestres desse saber ancestral afro-brasileiro.

Exigimos que a Secretaria Municipal de Esportes reavalie imediatamente sua decisão e garanta que as aulas de Capoeira da ACVC, sejam realizadas em ambiente coberto, seguro e apropriado dentro do equipamento público do Estádio Municipal Edvaldo Flores.

As entidades da capoeira de Vitória da Conquista se mantêm unidas em defesa de seus espaços e contra qualquer tentativa de marginalização de nossa cultura.

Mestre Dendê


Dárcio Nunes Alves

Dárcio Nunes Alves é radialista desde 1985 DRT 2444008678/86 SSP/SP,meu email:darcionunesalves@gmail.com

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