Vitória da Conquista, uma das principais cidades do interior baiano, vive novamente momentos de tensão e sofrimento diante de problemas que já deveriam ter sido solucionados há muito tempo. As recentes ocorrências — enchentes, deslizamentos e colapsos em áreas vulneráveis — não são fruto do acaso, mas consequência direta da falta de planejamento urbano e da ausência de políticas públicas eficazes de prevenção.
Os problemas que se repetem
- Enchentes recorrentes: bairros inteiros sofrem com alagamentos sempre que há chuvas mais intensas. Ruas se transformam em rios, casas são invadidas pela água e famílias perdem seus bens.
- Infraestrutura precária: galerias pluviais insuficientes, ausência de drenagem adequada e obras inacabadas agravam a situação.
- Áreas de risco ignoradas: comunidades instaladas em locais sabidamente vulneráveis continuam sem alternativas de moradia digna, expostas a desastres previsíveis.
O mais grave é que não se trata de uma surpresa. Esses problemas já ocorreram em anos anteriores, deixando marcas profundas na população. A cada novo episódio, multiplicam-se promessas de soluções que nunca se concretizam. O resultado é uma cidade que parece condenada a reviver o mesmo roteiro de dor e descaso.
Vitória da Conquista carece de um plano estruturado de prevenção de desastres. Não há investimentos consistentes em drenagem urbana, nem políticas habitacionais que retirem famílias de áreas de risco. A omissão do poder público transforma fenômenos naturais em tragédias sociais.
É inadmissível que uma cidade com a importância econômica e cultural de Vitória da Conquista continue refém da falta de planejamento. A população exige mais do que paliativos: precisa de ações concretas, obras estruturantes e políticas de longo prazo que garantam segurança e dignidade.
O que se vê hoje é um retrato claro de como a negligência pode transformar problemas previsíveis em tragédias anunciadas.



