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Ministro anuncia que País vai propor controle da internet global em maio




Depois da revelação que a Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos espionava autoridades governamentais de todo o mundo, incluindo a presidente Dilma Rousseff, além de bisbilhotar segredos de empresas, o governo brasileiro passou a cobrar publicamente uma mudança de comportamento. Internamente, o Brasil decidiu acelerar a criação de mecanismos internos para garantir a segurança cibernética do País, com o envolvimento direto dos Ministérios das Comunicações e da Ciência e Tecnologia. O ministro Marco Antonio Raupp, da Ciência e Tecnologia, reconhece que a vulnerabilidade brasileira é enorme, já que a imensa maioria dos bancos de dados têm sua sede nos Estados Unidos, que também detém a maior tecnologia de equipamentos da área.  Em entrevista ao Estado, Raupp diz que hoje os Estados Unidos praticamente são donos de todo o controle dos dados que percorrem a rede. Ele informa que o Brasil está ampliando seu sistema de segurança interna, através de criptografias e criação de bancos de dados próprios, entre outras ações. O ministro revela, entretanto, que o governo brasileiro quer uma ação maior para o setor. Além de se alinhar com outros países como a Alemanha para pressionar o governo americano contra as ações de espionagem, o Brasil também quer propor uma espécie de compartilhamento na gestão da internet em todo o mundo. A proposta é a de descentralizar esse papel exercido hoje informalmente pelos Estados Unidos. Raupp revela que a proposta será levada para a mesa de negociações em maio, na conferência internacional que será realizada no Brasil e que já tem confirmada a participação dos Estados Unidos. “Não sei se (os Estados Unidos) topam ou não topam”, diz Raupp. “Mas temos que colocar ideias na mesa. Por que não vai topar? A força do nosso argumento é o princípio da coisa, que seria o de a internet ter um sistema que respeite os direitos de todos os que participam. Porque a internet é uma construção coletiva”, afirma.
Marcelo de Moraes, Estadão Conteúdo
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