Médicos decidem parar de atender planos de saúde durante 2 semanas
Por Dárcio Alves
Os serviços de urgência e emergência não serão afetados, mas as
consultas e a chamada assistência eletiva, mesmo marcadas com meses de
antecedência, serão reagendadas para depois da greve.
A paralisação atingirá todos os convênios em 7 Estados
– Acre
– Amazonas
– Mato Grosso do Sul
– Minas Gerais
– Piauí
– Rio Grande do Norte
– Rondônia
– Acre
– Amazonas
– Mato Grosso do Sul
– Minas Gerais
– Piauí
– Rio Grande do Norte
– Rondônia
Em outras 8 unidades da Federação a greve atingirá seletivamente as operadoras que não fecharam acordo.
– Bahia
– Goiás
– Maranhão
– Mato Grosso
– Pernambuco
– Rio Grande do Sul
– Santa Catarina
– São Paulo
– Bahia
– Goiás
– Maranhão
– Mato Grosso
– Pernambuco
– Rio Grande do Sul
– Santa Catarina
– São Paulo
Em entrevista, o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina
(CFM), Aloísio Tibiriçá, explicou que a paralisação foi inevitável
diante da intransigência das operadoras na relação com os médicos e da
deterioração da qualidade do atendimento aos usuários. Ele disse que
está havendo evasão de profissionais e que o sistema caminhará para o
caos se não houver intervenção do poder público. “Estamos caminhando
para um apagão na saúde suplementar”, enfatizou. “O médico hoje é
tratado como o boia-fria da saúde”, criticou.
Por consulta, o médico recebe das operadoras em média R$ 45. A
proposta da categoria é que os valores sejam fixados entre R$ 60 e R$
80, conforme a complexidade da área. A categoria pede também a criação
de um indexador que permita o reajuste da tabela de serviços com a mesma
periodicidade do aumento na mensalidade dos usuários. Eles exigem ainda
o fim das intervenções das operadoras na autonomia da relação
médico-paciente, além do estabelecimento de sistema de contrato com o
mínimo de garantias aos profissionais.
Hoje, segundo Márcio Bichara, secretário de Saúde Suplementar da Federação Nacional dos
Médicos, o repasse dos reajustes das mensalidades dos convênios não
está sendo feito aos médicos. De 2000 a 2011, os reajustes autorizados
pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) às operadoras somaram
150,89%, mas apenas 65% foram repassados aos médicos. No período, o IPCA
teve variação de 119,8%.
Segundo Tibiriçá, o setor de saúde suplementar passa por grave crise
de credibilidade. Levantamento do CFM mostra que dois em cada dez
pacientes dos planos estão buscando atendimento no Sistema Único de
Saúde (SUS) – a deterioração do atendimento dos planos tem causado
filas cada dia mais semelhantes às do SUS. “Os planos boicotam os
tratamentos de alto custo, abreviam internações e pressionam os médicos a
adotar medidas de contenção que ameaçam a eficácia do tratamento dos
pacientes”, denunciou.
Pesquisa recente realizada pela Associação Paulista de Medicina (APM)
revelou que oito em cada dez pacientes tiveram problemas no atendimento
nos últimos dois anos.
Em todo o País, essa proporção representa um total de 40 milhões de
pacientes, num universo de 50 milhões de usuários de planos de saúde. Em
65% dos casos, o problema ocorreu no agendamento de consulta, devido à
escassez cada vez maior de profissionais. “A evasão de médicos atinge
níveis preocupantes”, disse Tibiriçá.