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Ciro e Cid Gomes são alvos de operação da PF sobre suposto desvio de verba nas obras do Castelão

Foto: Reprodução

Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência, nega irregularidades e acusa o presidente Bolsonaro de estar por trás da ação com o objetivo de intimidá-lo.


A Polícia Federal fez uma operação para apurar um suposto desvio de recursos nas obras do estádio do Castelão, em Fortaleza. Entre os alvos estão o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes e o ex-governador e atual senador Cid Gomes. Ciro Gomes negou irregularidades e acusou o presidente Bolsonaro de estar por trás da ação com o objetivo de intimidá-lo.

Os policiais cumpriram 14 mandados de busca e apreensão em três cidades do Ceará, além de São Paulo, Belo Horizonte e São Luís.

Ao autorizar as buscas, o juiz Danilo Dias de Almeida, da 32ª Vara da Justiça Federal do Ceará, também determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal de uma série de investigados, numa lista que inclui empresas, executivos, servidores públicos ou políticos.

Entre eles, Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, e seus irmãos Cid Gomes, ex-governador do Ceará e, hoje, senador também pelo PDT, e Lúcio Gomes, atual secretário de Infraestrutura do estado. Ciro e Lúcio também tiveram sigilo telefônico quebrado. O inquérito foi aberto em 2017.

A Polícia Federal apura se a empresa Galvão Engenharia pagou propina para vencer a licitação para reforma, ampliação e manutenção da Arena Castelão, entre os anos de 2010 e 2013, quando Cid Gomes era governador do Ceará. Segundo a Polícia Federal, esses pagamentos teriam chegado a cerca de R$ 11 milhões.

Na decisão, o juiz cita trechos da delação premiada de um dos ex-executivos da Galvão Engenharia. O delator Jorge Valença afirmou que “era solicitada doação para campanha em contrapartida à liberação de valores que a empresa tinha para receber; que Lúcio Gomes processava as demandas e negociava o destino dos valores a serem pagos; que Lúcio orientou a falar com o irmão mais velho, Ciro, e que após cada uma das conversas com Ciro, os valores eram destravados”.

Ciro afirmou também que a obra do Castelão foi a mais barata entre todos os estádios construídos para a Copa de 2014 e que o próprio delator afirmou que Ciro disse que a licitação seria vencida por quem cobrasse o menor preço.

“Esse menor preço foi R$ 100 milhões abaixo do preço da proposta antes, ou seja, a licitação produziu uma economia de R$ 100 milhões. Isso significa dizer que a escolha foi pelo menor preço, o que evidentemente já torna muito exótica a ideia de que ocorreu pagamento de propina para escolher a empresa que ofereceu o menor preço. E eu peço, até pela dignidade de quem é democrata, que investigue se é verdade o que estou dizendo, o que fez o estádio do Castelão ser o mais barato entre todos os estádios de Copa do Mundo do Brasil e do mundo, desde a Copa de 2002, em qualquer lugar. Isso tudo tem, eu ouvi depois que essa violência aconteceu na minha casa. Ele diz na delação que eu teria dito para ele, na hora: ‘Fique tranquilo que no Ceará ganha quem coloca o menor preço’. Isto está escrito no mandado que eu recebi, ou seja, a licitação foi pelo menor preço. O Ceará economizou R$ 100 milhões na licitação. Com isso, fez o estádio mais barato do Brasil. Estou sendo vítima de uma grande indignidade, vou me defender e vou acima para pesquisar, para buscar a responsabilização de todas essas autoridades que arbitrariamente estão me causando esse constrangimento e à minha família”, enfatizou.

Cid Gomes afirmou que o presidente Jair Bolsonaro está aparelhando a Polícia Federal e que indicou um diretor medíocre vinculado à família do presidente. Cid disse que a operação desta quarta-feira tem o objetivo de desgastar a imagem dele e de Ciro Gomes, e que durante a licitação reduziu o valor da obra.

Lúcio Gomes não se manifestou.

O Jornal Nacional não teve retorno da direção da Polícia Federal e da assessoria da Presidência da República.

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