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5 países querem presidência do BID; PT tenta adiar eleição para trocar indicado brasileiro

Brasil, Argentina, México, Chile e Trindade e Tobago apresentaram candidatos à presidência do BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento

Ilan Goldfajn é o atual indicado brasileiro à presidência do BID. Imagem: Beto Nociti/BCB

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou neste sábado que cinco países indicaram candidatos para disputar a presidência da instituição.

São eles Brasil, Argentina, México, Chile e Trindade e Tobago.

O prazo para a sugestão dos nomes terminou na sexta-feira, dia 11.

Agora, os indicados devem passar por sabatina, marcada para amanhã, dia 13, por parte dos representantes dos 48 países membros do BID.

As eleições estão agendadas para o próximo dia 20.

Brasil foi primeiro a oficializar candidatura do BID

O Brasil foi o primeiro a oficializar a sua candidatura para disputar a presidência do BID.

O indicado brasileiro é o diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Hemisfério Ocidental, Ilan Goldfajn.

Na sexta-feira, a Argentina já havia oficializado o apoio à economista e secretária de Relações Econômicas Internacionais, Cecilia Todesca Bocco.

O México nomeou o economista e vice-governador do Banco Central do país (Banxico), Gerardo Esquivel Hernández.

O Chile escalou o ex-ministro da Fazenda Nicolás Eyzaguirre Guzmán, enquanto o indicador de Trindade e Tobago é Gerard Johnson.

Ilan Goldfajn: de forte candidato a dúvida

O Brasil era considerado forte candidato a assumir a presidência do BID, mas pode perder a chance por causa de disputas políticas.

Isso porque o nome de Ilan foi indicado pelo governo de Jair Bolsonaro.

Entretanto, com a derrota de Bolsonaro nas urnas, uma ala do Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, considera que a indicação deveria ficar por conta do novo governante.

Fogo nada amigo

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega chegou a enviar uma carta a países membros como aos Estados Unidos, destinada à secretária do Tesouro, Janet Yellen, e ainda Colômbia e Chile, solicitando o adiamento das eleições para a presidência do BID.

Ontem, a própria presidente do PT, Gleise Hoffmann, defendeu a postergação, afirmando que seria de "bom tom" diante da mudança de governo em andamento no Brasil.

No entanto, o regulamento do BID não prevê adiamento das eleições nem troca de candidatos.

Tais situações até poderiam acontecer, mas dependeriam de falta de quórum mínimo para a votação ou de decisão por parte dos países membros. Entretanto, tais possibilidades são consideradas pouco prováveis.

A contestação de políticos ligados ao governo eleito à indicação de Ilan pode minar a candidatura.

Ex-chefe do departamento de economia do Itaú, Ilan Goldfajn foi presidente do Banco Central no governo de Michel Temer.

BID nunca foi presidido por brasileiro

Criado em 1959, o BID atua como financiador de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e do Caribe.

Desde sua criação, o BID nunca foi presidido por um brasileiro.

Nas eleições anteriores, o governo Bolsonaro aceitou abdicar de candidatura para apoiar os Estados Unidos.

O indicado pelo então chefe da Casa Branca, Donald Trump, Mauricio Claver-Carone, acabou demitido em meio a um escândalo. Diante disso, eleições foram convocadas para a escolha de um novo presidente.

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