Entidades internacionais de direitos humanos repudiam Bolsonaro

Por: Brasil 247
Entidades internacionais ligadas à Justiça de Transição e de defesa dos direitos humanos se manifestaram contra as declarações do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que homenageou o coronel Brilhante Ustra, apontado como um dos maiores torturadores do período da ditadura militar brasileira, ao votar de forma favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. " Ao dedicar o seu voto a Ustra, o deputado Jair Bolsonaro fez um discurso de ódio, em apologia à ditadura e ao uso da tortura, o que constitui um abuso e uma usurpação do direito à liberdade de expressão", disse por meio de nota a Secretaria-Executiva da Rede Latino-Americana de Justiça de Transição (RLAJT).
O texto diz, ainda, que "pelo compromisso com a democracia conquistada no Brasil e nos demais países da América Latina, que passaram por diversas ditaduras e rupturas institucionais no último século, as entidades abaixo-assinadas expressam o seu repúdio a esse discurso de ódio e esperam que sejam tomadas as medidas legais cabíveis contra o deputado. Na atuação em defesa dos direitos humanos e na luta por memória, verdade e justiça, não se transige nem se aceita que um discurso, como o do deputado, que legitima a violência praticada no passado e continuada no presente, tenha lugar em um espaço público democrático".
Veja a íntegra da nota:
No último domingo (17), durante a sessão, na Câmara dos Deputados, que votava a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) dedicou seu voto favorável ao afastamento da presidenta "pela memória do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff". Conhecido por suas declarações racistas, homofóbicas e em defesa da ditadura civil-militar de 1964, o deputado prestou homenagem a um torturador que chefiou a repressão política no Brasil, ofendeu a memória das vítimas da ditadura e, particularmente, ao se referir à presidenta, violentou todas e cada mulher, independente de sua nacionalidade.
Por: Brasil 247