New Hit: Julgamento começa hoje segunda-feira em Ruy Barbosa
Por Dárcio Alves
Começa na segunda-feira, 18, o julgamento dos nove integrantes da banda de pagode New Hit e do soldado da PM que fazia a segurança da banda, acusados de estuprarem duas adolescentes de 16 anos, em agosto do ano passado, no município de Ruy Barbosa, a 379 km de Salvador. Os acusados participarão de audiências individuais com a juíza Márcia Simões Costa, titular da Vara Crime de Ruy Barbosa, que acontecem até quarta-feira, 20.
Caso - De acordo com as vítimas, o crime teria acontecido quando elas foram ao ônibus do grupo para pedir autógrafos e fazer fotos após o show realizado na micareta de Ruy Barbosa. Elas contaram à polícia que os rapazes as atraíram para o fundo do veículo, onde uma foi estuprada por todos os músicos e a outra pelo vocalista da New Hit, Eduardo Martins Daltro, o Dudu.
Dudu e outro músico confirmam que mantiveram relações sexuais com as adolescentes, mas alegam que foi consensual. Um laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT) confirmou a versão das jovens.
Deputada diz que mobilização contra os integrantes da banda New Hit só acaba com condenação dos acusados.
O ínicio do julgamento está acontecendo hoje na cidade de Rui Barbosa.
A deputada estadual Luiza Maia (PT) está em Ruy Barbosa para acompanhar as audições entre defesa e promotoria no caso da banda New Hit. A parlamentar reforçou o que tem feito, segundo ela, desde que ocorreu o episódio no final de agosto do ano passado. Em uma espécie de cruzada contra o grupo acusado, prometeu que vai mobilizar todos os aliados para não deixar o crime na impunidade. “Vamos atrás deles onde estiverem”, contou ao Bahia Notícias. A autora do projeto antibaixaria disse que tem ido a rádios e a movimentos de mulheres, além de empresários. “Já fomos à Schincariol e à Skol porque queriam patrocinar eles, mas a banda [New Hit] já está tendo dificuldades em conseguir apoio”, continuou. Ela ainda comentou o estado das duas adolescentes. “Eu acho uma inversão de valores essas meninas terem que viver em outro estado, recebendo ameaças, enquanto esses rapazes estão soltos”, comentou. Luiza Maia disse também que várias representações da sociedade civil estarão presentes nesta segunda-feira (18), entre integrantes da Justiça baiana, da Ordem dos Advogados do Brasil seção Bahia (OAB-BA), além de outras 20 instituições.São aguardados também prefeitos das cidades vizinhas de Itaberaba, Boa vista do Tupim, Mundo Novo, Baixa Grande, Ipirá, Utinga e Macajuba durante as manifestações de apoio às vitimas do crime. Perguntada sobre a decisão da Justiça quanto ao processo, a deputada demonstrou não está convicta quanto à posição do judiciário local. “A gente sabe que eles podem recorrer e que esse julgamento pode ser adiado, mas, ao mesmo tempo, nós acreditamos que a pressão popular fale mais alto e influencie na decisão”, conjeturou.
