Aécio, Campos e Marina firmam pacto contra o PT
Por Dárcio Alves

Por Dárcio Alves
Prováveis candidatos de oposição na disputa presidencial do ano que
vem, os presidentes do PSDB, senador Aécio Neves (MG), do PSB, Eduardo
Campos, e a ex-ministra Marina Silva uniram esforços contra um
adversário comum, o PT. E vêm conversando sobre uma estratégia única de
atuação desde que a Câmara votou e aprovou em regime de urgência, em
abril, o projeto de lei que cria obstáculos ao acesso de novos partidos
ao Fundo Partidário e ao tempo de propaganda política na TV.
De acordo com informações de auxiliares dos três, eles têm trocado
telefonemas pelo menos uma vez por semana. Falam da necessidade de
manter a união entre si, fixando-se principalmente no combate à proposta
que cria a dificuldade para criar novos partidos. A ideia é atrasar a
votação no Senado até outubro, quando a lei, mesmo aprovada, não valeria
para 2014.
Nessa estratégia, eles conseguiram retardar a votação da proposta no
Senado e ganharam quase um mês e meio de prazo. Ação do líder do PSB,
senador Rodrigo Rollemberg (DF), levou o ministro Gilmar Mendes, do
Supremo Tribunal Federal (STF), a suspender liminarmente no dia 24 de
abril a votação da proposta pelos senadores. Na semana passada, o STF
começou a votar o mérito da ação, suspendendo a sessão quando o placar
estava em 5 a 4 pela autorização para que o Senado possa votar o
projeto. Mas os ministros deixaram no ar a opinião de que no mérito o
texto é inconstitucional.
Gilmar Mendes insistiu na inconstitucionalidade do projeto. Durante o
lançamento do Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da
Agência Estado, na terça-feira (18), no Congresso, ele disse não ter
dúvidas de que a proposta que dificulta a criação de novos partidos vai
ser derrubada quando for apreciado o mérito. "Ficou muito claro que o
projeto é dirigido para atingir determinada situação. É casuístico",
disse ele. A proposta, apresentada pelo deputado Edinho Araújo
(PMDB-SP), foi apoiada pelo Palácio do Planalto. Seu efeito será sufocar
o Rede Sustentabilidade, de Marina Silva.
"Pensaram que iam nos dividir. Mas nós nos unimos", disse à reportagem o
senador Aécio Neves, que se encontrará na segunda-feira (24) com
Eduardo Campos, no Recife. A reunião entre os dois está sendo comemorada
como um marco nas relações entre os prováveis candidatos, pois ocorrerá
no Palácio das Princesas, sede do governo de Pernambuco. Portanto, será
um encontro oficial. As assessorias de Aécio e Campos lembraram que há
meses o ex-ministro José Dirceu tenta um encontro com o governador de
Pernambuco. Sem êxito. A intenção de Dirceu é convencer Campos a não ser
candidato em 2014.
A partir de julho, Aécio Neves pretende fazer duas viagens para São
Paulo e duas para os Estados, a cada mês. "Em São Paulo, primeiro vou
fazer uma reunião com a bancada estadual do PSDB. Depois, vou seguir um
cronograma que está sendo planejado, para visitas às cidades", antecipou
Aécio Neves.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.