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Em sua primeira entrevista ao The New York Times em 13 anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou um tom firme e crítico diante das recentes tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. A conversa ocorreu às vésperas da entrada em vigor de uma tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros como carne, café e suco de laranja.
Taxação das Exportações: Lula reage ao “tarifaço”
- Lula classificou a medida como uma violação da soberania brasileira, afirmando que o Brasil não negociará como um país pequeno diante de um país grande.
- Segundo ele, o governo brasileiro tentou negociar, com ao menos dez reuniões entre ministros brasileiros e autoridades americanas, mas “ninguém quis conversar”.
- O presidente alertou que os consumidores americanos pagarão o preço, com aumento nos valores de produtos brasileiros.
Bolsonaro e a tentativa de golpe
- Trump justificou as tarifas como resposta ao julgamento de Jair Bolsonaro, acusado de tentar impedir a posse de Lula após as eleições de 2022.
- Lula rebateu: “Talvez ele não saiba que, aqui no Brasil, o Judiciário é independente”.
- Ele criticou a tentativa de Trump de interferir no processo judicial brasileiro como um gesto de apoio a Bolsonaro, o que, segundo ele, custará caro aos dois países.
Soberania e respeito nas relações internacionais
- Lula reforçou que o Brasil não tem medo, mas exige respeito: “Seriedade não exige subserviência”.
- Ele criticou duramente o fato de Trump ter anunciado as tarifas por redes sociais, chamando o comportamento de “vergonhoso” e fora dos padrões diplomáticos.
- “O Estado democrático de Direito para nós é sagrado. Já passamos por ditaduras, não queremos mais nenhuma”, afirmou.
Mensagem ao povo americano
Lula disse que concedeu a entrevista ao New York Times para falar diretamente ao povo dos EUA sobre sua frustração com Trump. Ele lamentou que uma relação diplomática de 201 anos de ganha-ganha esteja sendo substituída por uma relação política de perde-perde.