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Indígenas voltam a ocupar gramado do Congresso em 2º dia de protestos

Eles são contra mudanças nas regras para demarcação de terras.
Grupo subiu em marquise na terça e também integrou ato na área central.

Índios chegam ao gramado do Congresso Nacional para protesto contra mudanças nas regras para demarcação de terras (Foto: Luiza Facchina/G1) 
 
Índios chegam ao gramado do Congresso Nacional para protesto contra mudanças nas regras para demarcação de terras (Foto: Luiza Facchina/G1)
Cerca de 250 índios de diversas etnias voltaram ao Congresso Nacional na tarde desta quarta-feira (28) para protestar contra mudanças na demarcação de terras, entre elas a proposta de emenda à Constituição (PEC) que transfere para o Legislativo a decisão de homologar terras indígenas e esvazia o poder da Funai, atual responsável por elaborar estudos de demarcação.
De acordo com o cacique Adolfo Timóteo, da etnia guarani, o grupo aguarda respostas para a situação dos indígenas no país. "Até hoje o governo federal não demarcou nossa terra. A Constituição garante isso. Estou aguardando a comissão sair, pois queremos uma resposta."
Com faixas e cartazes, os manifestantes passaram parte da tarde no local, aguardando um retorno de lideranças indígenas com representantes do Legislativo. Enquanto esperavam, cantaram e dançaram no gramado.
Policiais militares formaram um cordão de isolamento entre o espelho d’água e o prédio para evitar que, à exemplo do que ocorreu na terça, eles subissem na marquise do prédio. A ação ocorrida pela manhã foi pacífica e terminou sem depredação às obras ou feridos.
"Estamos aqui pois nosso território está ameaçado. Nos sentimos desrespeitados e atacados, principalmente pelo agronegócio", afirmou na ocasião Sonia Guajajara, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.
Cordão formado por policiais militares para evitar que indígenas voltassem a ocupar marquise do Congresso Nacional (Foto: Luiza Facchina/G1) 
 
Cordão formado por policiais militares para evitar que indígenas voltassem a ocupar marquise do Congresso Nacional (Foto: Luiza Facchina/G1)
Mais tarde, o grupo se juntou a familiares do auxiliar de serviços gerais Antônio de Araújo, sumido há um ano após abordagem policial, e a movimentos sociais que questionam os gastos com a Copa do Mundo em uma manifestação nos arredores do Estádio Nacional. Um indígena acabou atingindo com uma flecha um cabo da cavalaria. Ele não foi detido, de acordo com a PM.
Durante o confronto, o Batalhão de Choque chegou a lançar gás lacrimogêneo contra os manifestantes. "A gente não se assustou muito com a polícia ontem. Nís vivemos isso no dia a dia dos nosso estados", disse Cláudio Carmona da etnia guarani.
O cacique Timóteo disse ainda que a PM agiu de forma truculenta. "Nosso objetivo era chegar até o estádio pacificamente. Mas eles [Polícia Militar] quebraram o acordo, ficaram com medo, por que a imagem que eles tem é de que somos selvagens."
Contra o Mundial
O protesto contra a Copa em Brasília teve início por volta das 17h, quando integrantes de movimentos sociais se concentraram na Rodoviária do Plano Piloto para criticar os gastos públicos na Copa e reclamar de problemas nas áreas de habitação, saúde e educação.
Índio mira flecha na direção do Estádio Nacional de Brasília, durante protesto contra a Copa
O ato também reuniu familiares do auxiliar de serviços gerais Antônio de Araújo, que desapareceu no dia 27 de maio de 2013, após uma abordagem policial na cidade satélite de Planaltina, e os indígenas, que mais cedo haviam ocupado a marquise do Congresso Nacional.
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