Sindicato dos Policiais Federais fala em 'falta de sensibilidade política' na prisão de Prisco
O
Sindicato dos Policiais Federais da Bahia (Sindipol-BA) divulgou uma
nota para esclarecer à sociedade baiana sobre o cumprimento do mandado
de prisão do vereador Marco Prisco. De acordo com o comunicado, a prisão
foi realizada na tarde desta sexta-feira (18) por equipes de policiais
de Brasília, e por “expressa determinação judicial emanada da Justiça
Federal, acolhendo representação do Ministério Público Federal, pelo que
descabe, em princípio, qualquer discussão acerca de seu cumprimento”. O
texto deixa claro a discordância do Sindipol “para com a falta de
sensibilidade política para cumprimento de citada ordem nesta data, pois
além de estarmos em pleno feriado santo, vivemos uma instabilidade
institucional da sociedade baiana face aos últimos acontecimentos,
apenas agravando ainda mais a insegurança e oportunizando uma retaliação
de maneira generalizada”. O sindicato ressalta que “há indícios
severos” de estar acontecendo um “processo de judicialização de uma
questão política, conduzido de forma débil, e que não pode redundar em
confronto ou hostilidades entre forças policiais”. Segundo a entidade, o
esquema remete a temerárias conclusões sobre a utilização da greve dos
policiais para interesses políticos. A nota destaca que isso quer dizer
que “não se quer resolver os graves problemas das categorias policiais
ou da segurança pública em profundidade: antes, se quer fazer de um
movimento legítimo de policiais ganhar a conotação político-eleitoreira,
mormente quando se utiliza do processo de desmoralização pública de
suas efetivas lideranças”. O sindicato diz que “não fechará os olhos
para tais desvios”, e que não ficará em silêncio diante do “cinismo e
perversão com que são tratadas as questões atinentes à segurança pública
da Bahia e do Brasil”. Além do mais, o Sindipol defende a necessidade
urgente de desmilitarização de todas as forças policiais militares
estaduais, pois entende que “não é aceitável que demandas de cunho
essencialmente trabalhistas estejam elevadas ao patamar de insurgência à
segurança nacional, com escólio em um diploma legal genérico, com tipos
penais idem, e que podem muito bem ser manipulados por atores políticos
no poder ao sabor de interesses os mais diversos, inclusive os
espúrios”. A entidade sindical, por fim, reconhece a legitimidade do
pleito dos policiais militares, e pede que os atores sociais envolvidos
na discussão se “pautem pela prudência e responsabilidade na resolução
de tão grave questão”, e com “menos mídia e palanque, com mais
parcimônia”. Ao finalizar o comunicado, o Sindicato dos Policiais
Federais ressalta que, se tais princípios não forem observador, “a
responsabilidade de todos aqueles que, acostumadas a decidir sobre
problemas reais com a simples caneta em seus escritórios fechados e
climatizados, estarão também com suas mãos ensanguentadas com o jorro de
sangue do crescente número de vítimas que estão com suas vidas ceifadas
em decorrência dessa tragédia”.
Bahia Noticias