DEM quer que Mantega explique advertência à Petrobras sobre compra de refinaria
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O
líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), deve apresentar na
segunda-feira (24) pedidos para convocar os ministros da Fazenda, Guido
Mantega, e da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, para
explicarem sobre advertências feitas na operação de compra pela
Petrobras da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Reportagem da
revista Veja deste final de semana revela que em 2008 Adams, na época
procurador-geral da Fazenda Nacional e subordinado a Mantega, teria
advertido a então secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra,
sobre as cláusulas que causariam prejuízos à estatal na negociação. O
informe para Erenice, ex-braço direito de Dilma, foi feito por
determinação de Mantega. Uma das advertências referia-se a uma das
cláusulas que a atual presidente disse que não tinha conhecimento,
segundo revelou o jornal O Estado de S. Paulo esta semana, quando
aprovou a compra da refinaria. É a cláusula Marlim, que garantia à sócia
da Petrobras um lucro de 6,9% ao ano mesmo que as condições de mercado
fossem adversas. Mas nenhuma providência teria sido tomada. O líder do
DEM quer levar os dois para a Comissão de Fiscalização e Controle da
Câmara. "Temos que questionar os ministros porque essa recomendação
feita a Casa Civil, comandada à época pela presidente Dilma, não foi
levada adiante. Tratava exatamente das cláusulas mais lesivas desse
contrato absurdo que contraria totalmente os interesses da Petrobras",
afirma o partido, em nota. O líder do DEM considera importante que Adams
leve ao Congresso as "informações jurídicas" do caso, e Mantega, quais
providências foram tomadas após a advertência, uma vez que o ministro da
Fazenda é o atual presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
Ricardo Brito/Agência Estado