PF investiga contratos suspeitos da Petrobras
Agentes da Polícia
Federal (PF) já investigam há mais de cinco meses, inclusive com viagens
ao exterior, suspeitas de evasão de divisas e superfaturamento em
negócios da Petrobras. Há pelo menos três escândalos envolvidos, dois
deles revelados pela Agência Estado. Todos os contratos investigados têm
origem na área Internacional da Petrobras, que durante muitos anos
sofreu influência do PMDB e aval do PT, segundo fontes. Serão
instaurados cinco inquéritos pela PF, todos ligados a negócios da área
Internacional e fechados no passado. A diretoria foi ocupada até 2012
por Jorge Zelada, que teria o aval do PMDB de Eduardo Cunha. Antes de
Zelada ocupou o cargo Nestor Cerveró, funcionário de carreira da
empresa. Cerveró também era apadrinhado pelo PMDB e contava com o aval
do PT de Delcídio Amaral. O agora senador havia sido diretor da
Petrobras há cerca de 15 anos e chefe de Cerveró na companhia. Zelada
deixou o cargo depois que Graça Foster assumiu a presidência da empresa.
Formalmente, ele renunciou por motivos pessoais. Nos bastidores, foi
demitido por Graça. Saiu de férias, ficou alguns meses no limbo e nunca
mais voltou. Hoje, ocupa escritório na Rua do Ouvidor. A Petrobras foi
notificada no ano passado sobre investigações criminais, embora não em
detalhes. A petroleira não comentou o assunto. O ponto de partida para a
PF foi o caso da compra da refinaria de Pasadena, no Texas (Estados
Unidos), cuja suspeita de irregularidade foi relevada em julho de 2012
posteriormente investigada pelo Ministério Público junto ao Tribunal de
Contas da União (TCU). O prejuízo da companhia com o negócio pode passar
de US$ 1 bilhão.
Sabrina Valle | Agência Estado